domingo, 4 de outubro de 2009

É PRECISO TER LATA!!!

O presidente da Câmara Municipal de Viseu e da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, ficou desagradado com a informação da suspensão da adjudicação da construção da auto-estrada entre Viseu e Coimbra, a continuação da A24, já concluída entre Viseu e Chaves. Para o autarca, “a derrapagem financeira que é alegada para a suspensão da obra vai, certamente, provocar outras derrapagens, mas infelizmente reais e em viaturas que cruzam o IP3”. Ruas não gostou de saber que a adjudicação da A24 teve motivos de dilatação orçamental e está convencido que “a questão é de vontade política, e mais nada”. “As anteriores auto-estradas foram todas aprovadas com derrapagens orçamentais, só não percebo porque é que desistiram desta”, disse ao DIÁRIO AS BEIRAS Fernando Ruas, que sublinhou: “A construção da A24 entre Viseu e Coimbra deveria ser ultrapassada por qualquer argumento de crise nacional ou internacional. É uma questão demasiado importante e, além do mais, foi-me prometida e foi também uma promessa do primeiro-ministro à população do distrito de Viseu”.

Ruas adiantou que sente "uma certa comichão interior pelo facto de ter estado presente numa cerimónia realizada Viseu, na qual eu insisti, em que o projecto da nova ligação foi apresentado com toda a pompa e circunstância e que afinal não deu em nada".
Fernado Ruas
Presidente da Câmara Municipal de Viseu

(…) “No que a Viseu diz respeito mais uma vez tive razão antes do tempo, veja-se o parecer da Comissão de Avaliação do Concurso das auto-estradas do Centro que propõe a anulação com o argumento de que o valor é mais do dobro do orçamentado.
Várias questões se levantam com esta decisão da Comissão:
Primeiro: Desde logo a pergunta que todos fazemos, foram precisos quatro anos e meios para isto? Um mandato completo para voltarmos ao ponto de partida, quando já o Governo do PSD tinha deixado definido o corredor e o projecto em fase de execução, convenhamos que é muito pouco.
Segundo: Por outro lado, como é que o Primeiro-ministro e os responsáveis locais do PS podem ter a lata de se desculparem com uma promessa feita e assumida, quer nas funções institucionais, quer partidárias? Todos ouvimos a promessa de que a adjudicação seria efectuada até ao fim do primeiro semestre.
Terceiro: Se o PS exerce o poder ao longo de quatro anos e meio porque não colocou há mais tempo a concurso esta obra e se vem desculpar agora com as declarações do Senhor Presidente da República e imputar responsabilidades à líder do PSD? Quem tem o poder deve exercê-lo, desculpas de mau pagador não são admissíveis.
Quarto: Se a auto-estrada Viseu Coimbra e a finalização do IC12 Mangualde Canas de Senhorim eram uma prioridade reconhecida, porque não se abriu, pura e simplesmente um concurso para estas duas estradas e se juntaram mais umas quantas que nada têm a ver com Viseu? Trata-se de mais uma megalomania do PS, uma mega obra para afastar as pequenas e médias empresas dos concursos públicos, com o resultado que se está a ver.
Quinto e último, como se pode admitir que um concurso que demorou quatro anos e meio a preparar venha a ter uma derrapagem, logo nesta fase, para mais do dobro do orçamentado?
É preciso apurar responsáveis, é inadmissível que situações destas aconteçam, é incompetência a mais.
Não se entende esta demora e não se acredita nas promessas continuadas de quem já nos enganou tantas vezes, mais uma vez o Distrito a ser penalizado naquilo que é mais estruturante, tudo o que era fundamental para o nosso desenvolvimento ficou por fazer.
Agora, andam os Deputados e candidatos do PS a visitarem instituições que se candidataram a apoios do Estado, sejam do orçamento do estado ou do QREN, procurando capitalizar com o mérito dos outros, com a capacidade das instituições, procurando fazer figura com o trabalho que não fizeram.
O que apreciávamos é que estivessem a visitar as obras da construção da auto-estrada Viseu Coimbra ou do IC12 Mangualde Canas de Senhorim, ou a apresentarem o concurso do IC26 que ligaria a A24 à A25, desencravando o norte do Distrito, ou a Universidade Pública, o novo Arquivo Distrital, a Escola de Ranhados, as três Unidades de Saúde Familiar que vinham substituir o Centro de Saúde 2 ou o início da ligação ferroviária…, um rol de questões fundamentais para o nosso desenvolvimento que ficaram por fazer.
Por último, não resisto à caricatura do candidato à Câmara de Viseu vir anunciar que 450 agentes da PSP pediram transferência para Viseu, como se isso resolvesse o grave problema de efectivos da PSP; se era assim tão simples, porque é que em quatro anos e meio deixaram envelhecer o corpo de efectivos e reduzir o seu número?
Clarividente foi a observação do candidato socialista Simões de Almeida ao desdizer o candidato à autarquia argumentando que, se as transferências fossem aceites, ficavam os distritos de onde são oriundos os Agentes despidos.
De facto, quando o “lençol” é pequeno, tapa-se de um lado e destapa-se do outro, mais uma vez vem ao de cima a fragilidade da argumentação do candidato socialista à CMV, que na ânsia de tudo colocar em causa, passa a vida a dar tiros no pé, embora algumas vezes corrigido pelo seus acompanhantes.”

António Almeida Henriques
Deputado PSD
Viseu, 14 de Agosto de 2009

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